Grazing: Entenda o Hábito de Beliscar e Seus Impactos na Saúde

O comportamento de “grazing”, ou o hábito de beliscar alimentos ao longo do dia, é uma prática que merece atenção especial.

Caracterizado pela ingestão repetitiva de pequenas quantidades de comida, sem planejamento e sem fome. Embora pareça inofensivo à primeira vista, esse comportamento está associado ao ganho de peso, possível compulsão alimentar e distúrbios psicológicos, como depressão e ansiedade.

Pesquisas internacionais e nacionais lideradas pela pesquisadora da USP Marília Consolini Teodoro, têm explorado o grazing e suas consequências. Esse comportamento pode atuar como um mecanismo de regulação emocional, sendo uma resposta ao alívio de estresse e ansiedade. No entanto, essa forma de comer, quando persistente, pode estar ligada à obesidade e à dificuldade de perda de peso, uma vez que a sensação de perda de controle pode levar à ingestão excessiva de alimentos.

É importante destacar que, embora o grazing e a compulsão alimentar compartilhem características semelhantes, eles não são sinônimos. Enquanto a compulsão alimentar é um distúrbio bem definido, caracterizado por episódios de ingestão compulsiva de grandes quantidades de comida e com sensação de perda de controle, o grazing manifesta-se de forma mais sutil, com o consumo contínuo de pequenas porções de alimentos ao longo do dia. A sutileza do grazing pode dificultar sua identificação, mas seus impactos podem ser igualmente significativos, especialmente quando relacionados à saúde mental.

Ao incorporar um olhar crítico e analítico sobre o grazing em consultas nutricionais, é possível ajudar pacientes a identificar e modificar esse comportamento, prevenindo possíveis desdobramentos negativos na saúde física e mental.

Conclusão: O Grazing Como Um Comportamento Alimentar a Ser Monitorado

Embora o grazing possa não ser inicialmente problemático, sua persistência pode levar a consequências significativas, como ganho de peso e desenvolvimento de distúrbios psicológicos. Para profissionais da saúde, especialmente nutricionistas, é essencial estar atento a esse comportamento e educar os pacientes sobre seus potenciais riscos, promovendo uma abordagem equilibrada e consciente da alimentação.

Referência bibliográfica:

https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/59/59141/tde-01062022-103954/pt-br.php